A alienação parental é um fenômeno que afeta milhares de crianças e adolescentes em todo o mundo. Definida como a interferência de um dos genitores na relação da criança com o outro, essa prática pode gerar consequências devastadoras para o desenvolvimento psicológico e emocional dos filhos. No Brasil, a Lei 12.318/2010 reconhece e pune a alienação parental, mas sua aplicação ainda enfrenta desafios. Além do impacto jurídico, a alienação parental é uma questão de saúde mental, exigindo uma abordagem interdisciplinar para sua identificação e combate.
O Impacto Psicológico
A alienação parental não apenas priva a criança de um dos genitores, mas também afeta profundamente sua percepção de segurança e autoestima. Crianças que passam por essa experiência frequentemente desenvolvem:
- Ansiedade e depressão: A ruptura forçada de vínculos pode levar a um estado constante de insegurança emocional, afetando o desenvolvimento afetivo e social.
- Baixa autoestima: A imagem negativa criada sobre o genitor alienado pode refletir na identidade da criança, gerando sentimentos de culpa e desvalorização pessoal.
- Dificuldades nos relacionamentos interpessoais: A desconfiança e o medo de abandono podem acompanhar a criança até a vida adulta, prejudicando suas interações sociais e afetivas.
- Problemas de comportamento: Muitas crianças alienadas desenvolvem dificuldades escolares, agressividade ou isolamento social como forma de lidar com o sofrimento psicológico.
O Papel da Justiça e dos Profissionais de Saúde
Embora a legislação brasileira reconheça a alienação parental como um problema grave, sua detecção e combate ainda enfrentam barreiras. Muitas vezes, os tribunais baseiam-se apenas em depoimentos, sem uma avaliação psicológica aprofundada.
Para garantir a proteção da criança, é fundamental que haja uma atuação conjunta entre profissionais do Direito, da Psicologia e da Assistência Social. Medidas como a realização de perícias psicológicas, acompanhamento terapêutico e a mediação familiar são essenciais para evitar danos irreparáveis.
O Papel dos Pais na Prevenção
Os genitores desempenham um papel crucial na prevenção da alienação parental. Algumas atitudes que podem ajudar incluem:
- Evitar discursos negativos sobre o outro genitor na frente da criança.
- Priorizar o bem-estar do filho acima de conflitos pessoais.
- Buscar mediação e apoio profissional para resolver disputas familiares de forma saudável.
- Respeitar o direito da criança à convivência equilibrada com ambos os pais.
Conclusão
A alienação parental não é apenas um problema jurídico, mas uma questão de saúde pública. Os danos causados podem ser irreversíveis se não forem identificados e combatidos precocemente. O fortalecimento de políticas públicas, a capacitação de profissionais e a conscientização da sociedade são passos essenciais para garantir que crianças e adolescentes cresçam em um ambiente emocionalmente saudável, livre de manipulações e rupturas forçadas.
É fundamental que pais, profissionais e o próprio sistema de justiça trabalhem juntos para proteger o direito primordial da criança: o de crescer em um ambiente de afeto, segurança e equilíbrio emocional.